sábado, 6 de novembro de 2010

A Parede

gabriel m. ribeiro

A parede é muda
em um quarto que fala.
A parede está muda,
silencia, se cala.
A parede está surda
sentinela que escuta.
A parede é surda
ao limite da luta.

Argamassa maldita,
cimentos, areias e superego;
Ruptura edípica,
suores da luta em que me nego.
Construção erudita
olhar para qual estou cego.
Clausura carmelita,
labirinto em que navego.

A parede é muda,
mas fala pela solidão!
A parede está muda,
voyeur desta paixão
A parede está surda,
não ausculta o coração.
A parede é surda,
à rouca sombra da sedução!

07/10/04

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