sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Bimba

(Ao magnífico atleta Ricardo Winick, ao nosso grande brasileiro BIMBA).

gabriel m. ribeiro


Tu és doido cara!
Pensas que os ventos são dóceis
como teus cabelos desgrenhados?
Pensas que os mares são quentes
como teus abraços esperados?

Não...
Mares e ventos são vidas
e vidas não são programadas
são vividas... como se apresentam
e refletidas
discutidas... como se argumentam
e disputadas!

Quisera eu estar naquela vela
segurando o teu vento
guiando as tuas águas.
Quisera eu estar naquela prancha
guiando a rota
segurando a tática.

Bimba,
 tu que estavas ali
eras pedaço carne de um povo
pedaço vento de uma esperança
pedaço água de um choro.
Mas eras tu que estavas ali,
eras pedaço músculo de um esforço
pedaço suor de uma juventude
pedaço vida de uma vida.

Tu windsurfaste
e o que é windsurfar?
Desafiar o vento?
o tempo?
o sol, o céu?
ou desafiar o mar?

Velejar é sonho
é convite de ondina,
Uiara,
de Netuno.
É vento forte,
é Xangô, trovão
Yansã,
doce Yemanjá,.

Bimba,
teu choro ficou preso
calou, salgou,
mas
teu pranchar é livre
teu mar é bonito
teu vento infinito
teu destino é o mar...

Tua medalha
sempre brilhou no teu peito
e só nós a temos,
pois não só brilha,
pulsa,
cintila,
tua medalha
é o teu coração
este nosso coração
que se abraça ao teu.

Bimba   Brasileiro
Brasileiro Bimba!

- 27/09/2000 -

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