sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Cacife

(Soneto à Traição)

gabriel m. ribeiro

Apunhalado pelas costas
Sem uma chance de defesa
Sem poder dobrar a aposta
Repicar, blefar, virar a mesa.

Apunhalado por quem gosta
Sem o menor direito de antever
Sem correr e coração à mostra
Desabrigado ao pagar para ver.

Valete, coringa, pif-paf ou pinguelin
Panos verdes, dados, copos de couro
Seqüências, real ou suja, riem de mim

 Canastra, trunfo, ás, rei de ouro,
A altiva pobre dama de marfim
Suja o seu cacife, o seu tesouro.


-  27/01/99  -

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