terça-feira, 12 de abril de 2011

À melhor esposa do mundo,
minha Regina

Por gratidão de tê-la conhecido, tê-la escolhido e sentir-me protegido ao seu lado.
Pelos filhos maravilhosos que me deu e sabiamente orienta-os para vida.
Pela família que você une e conduz.
Pelo amor que sinto por você e só cresce dentro de mim.

gabriel m. ribeiro
                                                                    
ENSAIO PARA REGINA
-  INACABADO  -

( Nunca conseguirei acabar o que é infinito ) 


Espelhada em corpo, essência de vida
Brotada da carne, refletida  em suor
Imagem e forma moldando úmida
Trêmulas sombras na parede maior

Indiscreto neon que perpassa as persianas,
Insistente brilha e rubra mechas de cabelos,
Doura o veludo seio em  insolência cigana
Eclode multicor  penumbra, oferta,  apelos.

Corpo suado brilhando, perfumado verniz
Reflexo de vida, afeto,  materno conforto
Espelha permissões, contrai e vibra feliz
Por  missão assume-se destino e porto.

Invadir os lábios, lamber, sufocar a boca
Ávida língua em cálido hálito desejo,
Registro sensual, atitude plena e louca
Definida, dialeticamente, beijo.

Lamber a face e dentar a nuca,
Dorso, festejando frisson e atração
Arrepios doidos, coisa maluca
Destino primário, satisfação.

Romper ruidosos velcrons e sedas
Arranhar a pele e tatear gemidos
Viver o calor lânguido  de labaredas
E contemplar o branco  seio desprotegido.

Venerar  o colo
Contemplar o busto
Solfejar em solo
Suspirar sem susto

Descompassar a respiração
Transpassar um fino calafrio
Terminar elétrica sensação
Onde, pecador, começa o cio.

Lamber as costas pelo meio
Na trilha excitante  vertebral
Bebendo a salmoura sem receio
Findando na terna catedral.

Alças e dobras de tecido sintético
Proteção de um pudor hipotético
Impele e conduz impulso magnético
Desnuda o corpo ao prazer estético.

Nua, despida de doces pudores
Cintura , quadril, coxa e anca,
Desnuda com seus roxos odores
Corpo e carne, excitação franca.

Corpo sensual, gente
Que oblitera os olhos que a vêm
Corpo sensual,  crente
Que absorve o cerne de quem a tem.

Lasciva luta em consenso começa
Permuta de olhos brilhantes
Faiscam chocantes promessas
Se devoram a todos instantes.

Fluorescentes fagulhas, centelhas
Rajando em atrito de amor, tesão
Mergulho em carnes vermelhas
Fôlego, suspiro, satisfação.


Suculenta pororoca de salivas
Duelo de línguas, emoção
Simbiose de sumos, agressiva
Nome: beijo; odor: paixão

Nas quatro paredes o amor prolifera
Drena libido, sangue e cresce o nervo
A carne corresponde à Bela e à Fera
Êxtases e orgasmos se acumulam em acervo.

Os cheiros avançam
Sensações transformam-se em tremidos
Os aromas dominam
Sons se realizam em gemidos.

Vai-se ao limite do pecado
Formas de absoluta luxúria
Explode e relaxa realizado
Após muitos gozos em fúria

Um beijo de estilo secreto
Fálico cetro de calor retinto
Borbulhas de prazer e afeto
Plenitude de amor e instinto

Entrega do corpo submisso
À devoção total, irrestrita
Laços de eterno compromisso
Aliança na carne, infinita.

Obrigado amor, incomparável companheira
Fogosa mulher e suave eterna menina
Musa, amiga, amante, deusa - parceira
Esposa,  princesa,  Ave Rainha: Ave Regina.



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