terça-feira, 9 de novembro de 2010

Águas

gabriel m. ribeiro

Tantas águas vivendo,
gotejando ou rolando
no ar, no mar, nas ruas.
Estrada de água: o rio,
Rio na minha estrada: a rua.
Vamos para o mesmo fim: o ralo,
e me ralo na aspereza da saudade.
Grande a saudade como o grande mar
onde morrem os doces rios,
túmulo seco de certas águas.


Salgada lágrima que sai dos olhos
ocaso fervente, embaçado, erosivo,
turbilhão de águas o suor da alma,
do amor que era tão profundo
como o mesmo grande mar
onde morrem os doces rios.
A felicidade evaporou-se,
a saudade virou nuvem,
saturou-se do sofrer
e chove em dor na vida.

-  08/03/99  -

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