quinta-feira, 23 de junho de 2011

EROS INVERNO POENTE

 gabriel m. ribeiro

Quando o sol chiou como fritura entrando no mar,
no poente horizonte de uma praia selvagem,
ouvi o seu primeiro suspiro abafar meu ouvido
e seu primeiro orgasmo molhar minha mão.

Um verão nos aquecia...
ao longe, sob a árvore solitária,
nossos alazões testemunharam,
logo após a cavalgada densa,
encorpada e orquestral
que você realizou sobre meu ventre.

Comungávamos em carne,
sexos fundidos,
ungidos e entrelaçados em pelos!

Uma onda bem maior estourou em nossos corpos
justo quando eclodíamos em prazer pleno,
consagrado orgasmo...
arranhamos a areia com nossas unhas!

Um verão inesquecível...
e na sala uma lareira fazia nascer
a lembrança de um inverno incomparável...


-  28/08/98  -

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