terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Dezessete Anos Depois

(À Regina, esposa muito amada)

gabriel m. ribeiro

Sábado,
vinte e três de julho
mil novecentos e oitenta e três
onze horas da manhã,
sol lindo, estridente,
o verdadeiro céu
azul de anil,
a igreja do bairro,
que fora pia batismal,
Nossa Senhora do Brasil.

Muita gente amiga
parentes sorridentes
caras descontraídas
pessoas de bermuda
de bicicleta,
de carro e de barco
pessoas a pé
pessoas de gravata
pessoas penteadas
pessoas perfumadas.

Flauta,
órgão e cello
acordes em adágio
tocam a suave melodia
A Whither Shade of Pale
e traz da luz sua silhueta,
dos umbrais do templo,
lentos passos delicados,
trêmulo buquê na mão
o sorriso do coração.

Recebi sua mão
do seu pai emocionado,
conjuguei com você
promessas sagradas,
orei junto a você
no sacramento consagrado,
recebi de você
esta aliança abençoada,
e partilho com você
um amor apaixonado.

Reside em minha vida
Envolvendo-a de ternura
Gueixa e sacerdotisa
Ímã de alma e corpo
Ninfa de noites e sonos
Alegria de dias e sonhos

Amiga dos dias e noites
Mulher em vida maiúscula
Ode à eterna doce paixão
Regina, meu eterno amor.

     -  23/07/00  -

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