O príncipe lutou na santa guerra
Perdeu coroa, o reino e a nobreza
Dormiu nas masmorras seus pesadelos
Bebeu gotas do limo frio da rocha
Comeu, faminto, parcas migalhas
Foi soberano entre os ladrões
Reinou com manto longo e sujo
Corpo fedido da cela insalubre
Escreveu com sangue das feridas
Zombou do chicote e grilhões
Dormiu na palha do catre
E sonhou com o céu.
O príncipe voltou, da guerra, santo
Sem coroa ou reino, mas com nobreza
Contemplou na flor, cintilando, o orvalho
No canto uníssono, a ave liberta
No vento livre, a voz da natureza
Na luz celeste, o caminho divino
Na água, o batismo da vida
Bebeu o vinho, comeu o pão
Encontrou em pureza o amor
Nobres, seus olhos brilharam
Toda a dor foi esquecida
Escondida na eterna cicatriz
- 22 /01 /1999 –
in Amor de Zero a Dez
- uma tentativa apaixonada de gabriel m. ribeiro -
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