Breve viagem a um lúdico passado proporcionada pela harmoniosa delicadeza e aperreio de belezura profunda da poesia de Asta Vozondas - "eu só queria saber", da qual, como cajá-manga furtado ao quintal vizinho, "apropriei-me" do sentido de alguns versos.
EU SÓ QUERIA LEMBRAR
gabriel m. ribeiro
Poema em letra maiúscula,
retrato-saudade-aquarela
da suíte em pé de jaca
ou qualquer outra árvore
nascida para mim, para ela.
Para que céus voaram meus sonhos?
e os sonhos balões desta menina?
e os sonhos de todos nós?
Doces olhares da infância
que bem sabem vasculhar a alma
de todos, de tudo.
O andar requebro inocente
misturado a topada,
o pisar na poça d'água
o chute na lata vazia.
Doce pé de jabuticaba
forte galho de goiabeira
vermelho ácido pitangueira
farto fruto doce da mangueira.
Banhos nus e inocentes
corpos glabros e pueris
o açude, cachoeira e nascente
pingos d'água, gotejar
arco-íris e colibris.
Onde foi a menina?
Onde fomos?
Onde fui?
- 19/02/2000 -
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