gabriel m. ribeiro
III
A grande lágrima de terra rolou
nas faces ultrajadas da Mãe Natureza,
que de tanto sofre em silêncio
não conteve seu pranto e chorou.
O choro não suportado, acumulado
por séculos de insensibilidades,
e violências de todos as cores,
o duro egoísmo humano imensurável.
A grande lágrima de terra rolou
nos flancos desnudos do sono noturno,
pesadelos de vidas, mortes das mortes,
onde nem corpo há de se velar.
O cão sem dono não compreende
o abandono compulsório e solitário,
o seu cantinho desaparecido, faminto
sedento, vivendo de outros ossos...
21 / 01 / 11
Nenhum comentário:
Postar um comentário