El Greko (cacos biográficos)
gabriel m. ribeiro
gabriel m. ribeiro
Domenikos Theotokopoulos, 1541,
Urge parido de um ventre em Cândia,
É Creta, ilha grega, mediterrânea
Culto, poliglota, homem incomum
Absorve, degusta e transpira
A arte de Tissiano, Bassano e Tintoreto
Maneirista, desenha, cria e delira
Ópera sem som, sem verso, sem libreto.
A Anunciação
No abandono de um quarto, Maria
E anjo celeste flutuando no ar
Anunciando a mãe que nos daria
Um filho que veio para nos salvar.
O Espólio
Despojado de sua túnica, nu Homem Jesus
Cercado pelos profanos, infames e brutos
À santidade dos céus seus olhar conduz
Perdoando os fiéis, os incrédulos e injustos.
A Adoração em Nome de Jesus
O céu , a terra, o paraíso e o inferno
Curvam-se à presença do Senhor
Contrastam presente, fim e eterno
Nas nuvens o anagrama de amor.
A Agonia no Horto
A ceia já consumida pelos discípulos, seguidores
E todos dormem, todos dormem, menos o Nazareno
Corpo - pão, sangue - vinho, guarda e traidores
Grande seu perdão para seres tão pequenos
São Martinho e o Pobre
O corpo nu, flagelo e ferida
Experimenta a fraterna igualdade
Do manto nobre em piedosa acolhida
Santíssima atitude, generosa humildade
Cristo Expulsa os Vendilhões do Templo
A casa de oração pela ganância destruída
Recebe o expurgo de um Cristo transtornado
Podres vendilhões desnudos, almas decaídas
E apóstolos estupefatos ao templo resgatado
A Visão de São João
El Greco pinta a visão apocalíptica
A visão espiritual de São João
Santo, homem, figura e mítica
Pinta o céu, pinta o ar e pinta o chão.
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El Greco poeta das tênues tintas
De forma alongada na pluma do pincel
Poeta das formas, complexas e sucintas
Inspira palavras na mensagem de Gabriel.
- 13/10/98 -
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